Bebidas açucaradas têm efeitos graves sobre a saúde cardiovascular.

O aumento no consumo de bebidas adoçadas (que incluem refrigerantes, energéticos, e sucos de fruta), entre 1990 e 2000 contribuiu com 130.000 novos casos de diabete e com 14.000 novos casos da doença coronariana entre 2000 e 2010, segundo estimativas sobre a população dos Estados Unidos.

Segundo este modelo, o risco relativo de incidência de diabete relacionada com o consumo diário de bebidas adocicadas foi de 1,32 após ajuste para o índice de massa corporal. Dra. Litsa K.Lambrakos apresentou os resultados em uma conferência da Associação Americana do Coração.

O aumento estimado de doença cardíaca relacionada ao aumento no consumo de bebidas com muito açúcar teria gerado um adicional de 300 a 500 milhões de dólares em despesas com saúde entre 2000 e 2010.

"Os valores altos sobre os custos com cuidados de saúde são muito conservadores, porque eles representam apenas os custos atribuídos à doença coronariana”, disse em uma entrevista a Dra. Lambrakos. "Sabemos que temos um aumento da diabete, que podemos atribuir ao consumo de refrigerantes. E os custos - o custo de cuidar e tratar pacientes com diabete - é um número também muito grande.”

Os pesquisadores também analisaram como um imposto de 1 centavo para cada 30ml de bebida com muito açúcar poderia ter reduzido os custos de tratamento das doenças coronarianas, se tivesse sido aplicado no ano de 2000. Com base em estudos econômicos, o modelo mostrou que tal imposto iria diminuir o consumo em 10%. Isto se traduziria em uma economia de 170 milhões de dólares em custos com cuidados de saúde durante 10 anos.

Comentando os resultados do estudo, a Associação Americana do Coração emitiu a seguinte declaração:

"A Associação Americana do Coração reconhece a importância de limitar a ingestão de açúcares adicionados, incluindo bebidas adoçadas. A Associação está ainda avaliando as pesquisas para determinar quais as estratégias mais adequadas de ação, comparando estratégias mais punitivas, como a tributação; com incentivos como subsídios ou diminuição dos preços dos alimentos saudáveis. A Associação continuará acompanhando as melhores pesquisas disponíveis para compreender a ligação entre a política fiscal e tendências de consumo para garantir que as nossas posições políticas reflitam a melhor ciência disponível. A Associação considera que uma avaliação rigorosa deva ser parte das medidas fiscais que são adotadas, que se defendam os esforços mais amplos para uma política alimentar que torne os alimentos saudáveis mais acessíveis a todos os consumidores e que se aproxime os preços de alimentos e subsídios ao encontro das normas dietéticas federais e recomendações nutricionais da Associação Americana do Coração”.

Questionada sobre o que mensagem os médicos deveriam tirar a partir dos resultados, a Dra. Lambrakos disse que "O que nós estamos falando aqui é sobre a prevenção. (...) É importante para o público em geral e para os médicos entenderem que estas bebidas podem levar a resultados adversos para a saúde em longo prazo."