Eletrocardiograma

Eletrocardiograma

 

O eletrocardiograma (ECG) foi introduzido na prática médica por Willen Eithoven, em 1902. Este exame registra a atividade elétrica do coração em repouso, geralmente, através da colocação de dez eletrodos: dois localizados nas pernas, dois localizados nos antebraços e seis localizados na região anterior do tórax.

 

Estes eletrodos permitem o registro de 12 ou mais derivações (D1, D2, D3, AVR, AVL, AVF, V1, V2, V3, V4, V5 e V6). Estas derivações traduzem a atividade elétrica de determinadas partes do coração (por exemplo: D2, D3 e AVF, visualizam a parte inferior do coração). O eletrocardiograma é o exame cardiológico mais simples, sendo obrigatório em qualquer avaliação dentro dessa especialidade.

 

Orientações antes do exame

 

Não é necessário nenhum cuidado específico ou jejum antes da realização de um eletrocardiograma. Os medicamentos de uso contínuo devem ser tomados normalmente no dia do exame. Em alguns pacientes do sexo masculino, poderá ser necessária a realização da raspagem dos pelos do tórax, para diminuir as interferências no traçado.

 

Os pacientes deverão permanecer com a região anterior do tórax, canelas e punhos expostos, para a colocação dos eletrodos. Desta forma, deverão comparecer no local do exame com trajes que facilitem a sua realização. O eletrocardiograma é um exame que não acarreta nenhum risco ou complicação para o paciente.

 

Como é feito?

 

- O eletrocardiograma normal é composto por 03 elementos principais: a onda P (traduz a ativação elétrica dos átrios, câmaras menores e superiores do coração), o complexo QRS (traduz a despolarização dos ventrículos, câmaras maiores e inferiores do coração) e a onda T (traduz a repolarização dos ventrículos). Eventualmente pode haver a presença de uma onda, chamada de U. Estes elementos são as representações dos fenômenos elétricos que ocorrem no coração.

 

- A presença ou ausência destes elementos, bem como a sua forma, tamanho, duração e a distância entre si (intervalos e segmentos), permitem ao cardiologista elaborar o laudo final do eletrocardiograma. Devemos lembrar que alterações do traçado do eletrocardiograma podem representar apenas situações fisiológicas, como a taquicardia sinusal (aumento da frequência dos batimentos cardíacos relacionada aos estados de ansiedade ou exercícios físicos) ou ainda representar características do tipo físico de cada paciente.

 

Existem ainda algumas variantes da normalidade, como a arritmia sinusal respiratória (variações da frequência cardíaca com a respiração), que não costuma indicar a presença de uma doença cardíaca em pacientes jovens (pode ser indicativa de doença cardíaca em idosos, não tendo nessa situação, relação com a respiração).

 

- Infelizmente um eletrocardiograma poderá ser totalmente normal na presença de uma doença cardíaca, como às vezes observamos no infarto do miocárdio. No entanto, por ser um exame de fácil e rápida realização, o eletrocardiograma é feito de forma rotineira na avaliação inicial de qualquer paciente, visto que possíveis alterações de seu traçado podem ter grande relevância clínica.

 

Para uma correta avaliação de seus dados, o laudo do ECG deve sempre ser correlacionado com o quadro clínico do paciente e o parecer do médico assistente.

 

Indicações

 

- Embora o eletrocardiograma apresente limitações, é útil para o diagnóstico da maioria das doenças cardiológicas. No momento da realização do eletrocardiograma pode-se definir o ritmo e o número de batimentos cardíacos por minuto. Desta forma, o eletrocardiograma permite identificar arritmias cardíacas (alterações do ritmo cardíaco) e os distúrbios da condução elétrica do coração (retardos na condução do estímulo elétrico do coração), como os bloqueios cardíacos.

 

Consideramos uma bradicardia quando a frequência dos batimentos cardíacos é inferior a 50 vezes por minuto e, taquicardia, quando esta frequência é superior a 100 batimentos por minuto. Infelizmente, o eletrocardiograma  é um retrato do momento, desta forma, alterações do ritmo cardíaco que cessaram antes da realização do exame não serão identificadas.

 

Em pacientes com dor no peito, a presença de isquemia coronariana, indicativa de um comprometimento das artérias do coração por placas de gordura ou ateromas (doença arterial coronariana), poderá ser sugerida em um eletrocardiograma de repouso em apenas 50% dos casos.

 

- O quadro de infarto do miocárdio poderá evoluir com um eletrocardiograma normal, embora na maioria das vezes ocorram anormalidades, principalmente quando o eletrocardiograma é realizado de uma forma seriada. O aumento das câmaras cardíacas, chamadas de sobrecargas ou hipertrofias (dos átrios e/ou ventrículos), como se observa na hipertensão arterial, nas doenças das válvulas cardíacas ou nas doenças do músculo cardíaco, também poderão ser percebidas durante este exame.

 

- As doenças do pericárdio, como a pericardite (inflamação do pericárdio), poderão apresentar um padrão eletrocardiográfico típico.

 

- Outras doenças não cardiológicas como, os distúrbios da tireóide, do aparelho digestivo, embolia pulmonar (acometimento da circulação do pulmão por coágulos de sangue), acidente vascular cerebral, anormalidades dos eletrólitos do sangue (exemplo: excesso de potássio), distúrbios do metabolismo (exemplo: falta de cálcio), entre outras, também podem se manifestar por alterações no eletrocardiograma.

 

- Vários medicamentos, cardiológicos ou não, também podem alterar diversos parâmetros observados no eletrocardiograma.

 

 

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