Os resultados, publicados na revista Human Reproduction, não sugeriram nenhuma associação entre o risco das mulheres desenvolverem endometriose e a ingestão de gordura total, mas apenas as associações de acordo com o tipo de gordura ingerida. Mulheres que ingeriram mais ômega-3 tiveram 22% menos probabilidade de serem diagnosticadas com endometriose, comparadas com as tiveram menor consumo. Mulheres que consumiram mais gorduras trans tiveram 48% mais chances de ser diagnosticada com endometriose do que as outras. Os resultados foram ajustados para variáveis como idade da menarca, duração do ciclo menstrual, e paridade.

 

"A mensagem - e temos de salientar que esta é a primeira publicação que aborda isso - é que as conclusões afirmam os benefícios de uma dieta rica em gordura saudável que também tem demonstrado ser benéfico para a saúde cardiovascular”, disse em uma entrevista Stacey A. Missmer, Sc.D, a principal autora do estudo.

Para sua análise, a Dra. Missmer, da Harvard Medical School - Boston, e colegas examinaram 12 anos de dados (1989-2001) de 70.709 mulheres que foram registrados enfermeiros. As avaliações da dieta foram baseadas em questionários auto-aplicáveis, mas os diagnósticos de endometriose (com ou sem infertilidade) foram confirmados através de registros médicos. As mulheres com endometriose antes, que haviam sido submetidas à histerectomia, estavam na menopausa ou tiveram câncer antes foram excluídas da pesquisa. As participantes do estudo atualizaram suas informações de dieta em intervalos de 04 anos, ao longo do período de estudo, no último ano de análise, 1.199 casos de endometriose notificados por laparoscopia foram confirmadas.

 

Os pesquisadores identificaram as principais fontes de ômega-3 nas dietas como sendo: salada e maionese, atum e outro peixe escuro, embora a Dra. Missmer afirmar que algumas mulheres relataram tomar suplementos de ômega-3. As principais fontes de gorduras trans insaturadas foram frituras não cozidas em casa “particularmente, batatas-fritas", disse a Dra. Missmer, juntamente com a margarina e biscoitos.

 

Enquanto as gorduras insaturadas trans provaram serem as culpadas identificadas, um aumento do risco de endometriose - 20% - também foi visto nos indivíduos que consumiram mais gordura do animal. No entanto, escreveram os pesquisadores, "a ingestão de gordura saturada e gordura monoinsaturada, os maiores componentes da gordura animal, não foram associados com o risco de endometriose. Curiosamente, a ingestão de ácido palmítico, uma gordura saturada, foi relacionada a um significativo aumento do risco de endometriose quando todos os outros componentes da dieta foram mantidos constantes".

 

Os pesquisadores não foram capazes de tirar qualquer conclusão sobre o tempo de exposição da dieta (variando de 2 a 10 anos antes do diagnóstico) e o desenvolvimento de endometriose, encontrando o risco consistente ao longo do tempo. Isso não significa, disse a Dra. Missmer, que acrescentando o ômega-3 e evitando as gorduras trans não seria útil na prevenção da endometriose. "Nós achamos que a conclusão mais provável é que as pessoas não tendem a mudar suas dietas muito", disse ela.

 

 

A Dra. Missmer afirmou que os próximos passos seriam estudar se um aumento de ômega-3 na dieta, e uma diminuição de gorduras trans, levam à redução dos sintomas da endometriose, como foi sugerido em estudos com animais e um relatório ligando ômega-3 para um alívio da dor menstrual, que é conhecido por ser potencializado pela endometriose.

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