Estudo mostra que dieta mediterrânea melhora a função cardíaca

Um estudo com gêmeos revela que, mesmo com os genes que os coloca em maior risco de doença cardiovascular, manter uma dieta mediterrânea (baseada no maior consumo de azeite, de legumes, de cereais não-refinados, de frutas, de vegetais; consumo moderado de lacticínios (principalmente queijo e iogurte); moderado a elevado consumo de peixe; o baixo consumo de carne e produtos de carne; e o consumo moderado de vinho), pode melhorar a função cardíaca, de acordo com a pesquisa ‘Qualidade e resultados cardiovasculares’ publicada pela American Heart Association.

Usando dados do Twins Emory Heart Study, pesquisadores descobriram que homens que seguem uma dieta mais próxima ao estilo mediterrânico, tiveram maior variabilidade da frequência cardíaca (VFC) do que aqueles que seguem uma dieta de tipo ocidental com grande quantidade de gordura saturada. Variabilidade da freqüência cardíaca refere-se à variação no intervalo de tempo entre batimentos cardíacos durante a vida cotidiana - redução da VFC é um fator de risco para doença arterial coronariana e morte súbita.

"Isso significa que o sistema autônomo, que controla os batimentos do coração, funciona melhor em pessoas que comem uma dieta semelhante a uma dieta mediterrânea", disse Jun Dai, autor do estudo e professor adjunto da nutrição e epidemiologia na Universidade de Indiana, EUA.

Comer uma dieta de estilo mediterrânico - que se caracteriza pela baixa de gorduras saturadas e rica em peixe, frutas, verduras, legumes, nozes, óleo de oliva, cereais e consumo moderado de álcool - reduz o risco de uma pessoa de doença cardíaca. Mas até agora, a forma como a dieta ajuda a reduzir o risco de doença coronariana ainda é desconhecida.

A equipe de pesquisadores analisou dados dietéticos obtidos a partir de um questionário de frequência alimentar e de resultados cardíacos de 276 gêmeos idênticos (univitelinos) do sexo masculino. Eles pontuaram cada participante da pesquisa de acordo os alimentos ingeridos em relação à dieta mediterrânea, quanto maior a pontuação, maior a semelhança a uma dieta de estilo mediterrânico.

Para medir a VFC, os participantes tiveram a atividade elétrica do seu coração continuamente medido e gravado.

Com a participação de gêmeos, os membros da equipe pesquisadora avaliaram a influência da dieta de cada indivíduo sobre o VFC, enquanto controlavam a influência dos fatores genéticos e familiares.

Estudo destaca:

    * Uma dieta de estilo mediterrânico pode reduzir o risco de doença cardíaca, mantendo a variabilidade da frequência cardíaca.
    * Quanto mais próxima uma alimentação de um indivíduo é da dieta mediterrânea maior é a sua variabilidade da frequência cardíaca.

    * Os genes não controlam inteiramente a variabilidade da frequência cardíaca, indicando que uma dieta mediterrânea pode ajudar as pessoas com história familiar de doença cardíaca.

Tradução revisada de: American Heart Association: Twin study shows Mediterranean-style diet improves heart function

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