Níveis de colesterol considerados não saudáveis (baixo HDL, alto LDL e alto triglicerídeo) aumentam o risco de doença cardíaca e ataque do coração. Alguns fatores de risco para o colesterol podem ser controlados (dieta, exercício, peso) enquanto outros não podem (idade, gênero e histórico familiar).
A partir da puberdade, homens tendem a baixar os níveis de HDL (colesterol bom) mais do que nas mulheres. Uma das razões é que o estrogênio (hormônio do sexo feminino) está associado à altas taxas de HDL. Por causa disto, mulheres na pré-menopausa geralmente têm menores índices de índices de doenças cardíacas do que homens. Após a menopausa, com o declínio do estrogênio, os índices de doenças cardíacas em mulheres sobem. Nos anos da menopausa os níveis de HDL caem e de LDL e triglicerídeos aumentam. Para os homens os níveis de LDL e triglicerídeos também sobem com a idade, assim como os riscos de doenças cardíacas. (Há algumas evidências que níveis de triglicerídeos oferecem maiores riscos às mulheres do que aos homens). Doenças cardíacas são as maiores causas de mortes para ambos os sexos.
A genética tem um papel importante na determinação dos níveis de colesterol no sangue de uma pessoa. (Crianças que pertencem a famílias com histórico de doença do coração precoce devem passar por exames de colesterol desde os 02 anos de idade). Os genes podem influenciar se a pessoa tem baixo nível de HDL, alto de LDL, alto de triglicerídeos ou níveis altos de outras lipoproteínas.
Hipercolesterolemia hereditária é uma desordem que causa altos níveis de colesterol, particularmente o LDL e doença prematura do coração. Esta doença ocorre em 1 em cada 500 pessoas.
Deficiência da lipase lipoprotéica hereditária é uma desordem muito rara que causa a diminuição da lípase lipoprotéica. Esta é uma enzima é importante na remoção das lipoproteínas que são ricas em triglicerídeos. As pessoas que têm a deficiência possuem altas taxas de colesterol e gordura em seu sangue.
Nos EUA, a obesidade é uma epidemia em todas as faixas etárias. O efeito da obesidade nos níveis de colesterol é complexo. Indivíduos com sobrepeso tendem a ter altos níveis de triglicerídeos e de LDL, e baixos de HDL. Esta combinação é um fator de risco para doenças cardíacas. Obesidade também causa outros efeitos (pressão alta, aumento de inflamações) que aumentam riscos ao coração.
A obesidade é particularmente perigosa quando ela é um dos componentes da síndrome metabólica, anteriormente conhecida como síndrome X. Esta síndrome consiste marcada pela gordura abdominal, níveis altos de colesterol não-saudáveis, pressão alta e resistência insulínica. A síndrome metabólica é condição pré-diabética que é significativamente associada com doenças de coração e altos níveis de mortalidade por todas as causas. Muitos médicos recomendam que pacientes com síndrome metabólica devam ser agressivamente tratados com altas doses de estatina para baixar os níveis de LDL.
Obesidade está fortemente associada com a diabete tipo 2, que por si só coloca significantes risco para um colesterol alto e doenças do coração.
Crianças que estão com sobrepeso estão com grande risco de para alto triglicerídeo e baixo HDL, que podem estar diretamente relacionados a futuros níveis altos de colesterol não-saudáveis. Níveis altos de LDL na infância e do Índice de Massa Corpórea (IMC) estão fortemente associados com risco cardiovascular na fase adulta. Crianças com sobrepeso e obesas que tenham colesterol alto devem passar por exames de pressão alta, diabete e outra condições associadas com a síndrome metabólica.
Hipotireoidismo é um decréscimo da atividade da glândula tireoide que pode afetar todas as funções do corpo. Nesta condição, o nível de metabolismo baixa, causando lentidão mental e física.
Complicações
Doença do coração
Aterosclerose é uma doença comum das artérias. Gordura, colesterol e outras substâncias se grudam nas paredes das artérias. Grandes acumulações são chamadas de ateromas ou placas e podem provocar danos nas paredes das artérias e bloquear o fluxo de sangue. Um fluxo para o coração muito restringido leva aos sintomas com dor no peito.
O colesterol não-saudável, principalmente o LDL, forma a placa na parede das artérias. Grandes placas tendem a se enrijecer porque tendem a desenvolver cápsulas fibrosas por causa de depósitos de cálcio.
Este problema, por um longo período de tempo resulta em aterosclerose, comumente conhecida como enrijecimento das artérias. O coração fica prejudicado de duas formas por este processo:
Eventualmente esta calcificação e este enrijecimento afinam a artéria (condição conhecida com estenose). Com a continuação do processo, o fluxo de sangue diminui e evita o sangue rico em oxigênio de alcançar o coração. Isto leva à angina (dor torácica) e, em casos graves, ao ataque do coração.
Pequenas placas instáveis podem se romper, fomentando a formação de coágulos sanguíneos na sua superfície. Os coágulos bloqueiam as artérias e são importantes causas de ataques do coração.
Este processo é rápido e pode se acelerado por outros fatores de risco, incluindo pressão alta, fumo, obesidade e sedentarismo. Quando mais de um destes fatores estão presentes, os riscos se potencializam.
Doença na artéria coronária. O resultado final da aterosclerose e a doença na artéria coronária. Doença na artéria coronária, comumente conhecida como doença do coração, é uma das principais causas de morte no mundo.
Estudos científicos comprovam o alto risco de morte por doença do coração por causa de níveis altos de colesterol (200mg/dL ou maior). Quanto maior a taxa de colesterol, maior o é o risco. Em média, toda a vez que o nível de colesterol total de uma pessoa cai em um ponto, o risco de doença do coração diminui em 02%.
Doença arterial periférica
É causada pelo surgimento de placas nos pés, nas pernas, nos braços e nas mãos. Ocorre, geralmente, nas pernas. Esta doença está associada à aterosclerose. O risco de ter doença arterial periférica aumenta de 05 a 10% a cada 10mg/dL a mais no nível de colesterol total. Baixos níveis de HDL e altos de triglicerídeos também favorecem o desenvolvimento da doença.
Acidente Vascular Cerebral - AVC
Ter níveis adequados de HDL pode ser o fator mais importante, relacionado aos lipídios, para a prevenção de AVC isquêmico, um tipo de AVC causado pelo bloqueio da artéria carótida que leva sangue ao cérebro. HDL pode até mesmo reduzir o risco de AVC hemorrágico, um tipo menos comum de AVC causado pelo sangramento cerebral associado a um nível baixo de colesterol.
O surgimento de placa na artéria carótida pode levar a um afinamento e irregularidade do lúmen da artéria, evitando o fluxo apropriado de sangue ao cérebro. O mais comum, com o aumento do afinamento da artéria, é que pedaços da placa que se formam no interior da artéria carótida se soltem e cheguem ao cérebro bloqueando algum vaso que forneça sangue ao órgão. Isto leva a um AVC, com possível paralisia ou outro problema mais grave.
Os efeitos de altos níveis de colesterol total e de LDL em AVC isquêmicos são menos claros. Alguns pesquisadores sugerem que o risco de AVC isquêmico aumenta quando o colesterol total está acima de 280mg/dL. Outros estudos sugerem que o colesterol alto traz riscos para AVC somente quando proteínas específicas, associadas às inflamações, estão presentes.
Sintomas
Não existem sinais de alerta para altas taxas de LDL ou de outro colesterol. Quando os sintomas finalmente ocorrem, eles geralmente tomam forma de angina (dor torácica) ou ataque do coração, em resposta ao desenvolvimento de placas nas artérias do coração.
Aterosclerose é uma doença nas artérias, na qual material lipídico é depositado nas paredes dos vasos, resultando no afinamento e, eventual, comprometimento do fluxo de sangue. O fluxo de sangue severamente restritos nas artérias para o músculo cardíaco leva a sintomas como dor torácica. Aterosclerose não apresenta sintomas até que as complicações ocorram.
Diagnóstico
Testes sanguíneos podem facilmente medir os níveis de colesterol. Um teste sanguíneo para o colesterol deve incluir um perfil lipoprotéico completo: LDL, colesterol total, HDL e triglicerídeos. É muito difícil de medir o nível de LDL por ele mesmo, mas este nível pode ser calculado seguramente usando as taxas de colesterol total e de HDL.
Para obter as leituras confiáveis de colesterol, médico indicam:
Evitar o exercício extenuante nas 24 horas antes do exame;
Não comer ou beber qualquer coisa, exceto água, nas 12 horas de antecedência;
Se os resultados do teste forem anormais, um segundo teste deve ser realizado entre 01 semana e 02 meses após o primeiro teste.
Orientações para triagem
Exames periódicos de colesterol são recomendados para todos os adultos:
Recomenda-se que se faça o exame a partir dos 20-35 anos para os homens e 20-45 anos para as mulheres.
Adultos com níveis normais de colesterol não precisam repetir o exame por 05 anos, a não ser que ocorram mudanças no estilo de vida (incluindo ganho de peso e na dieta).
Adultos com histórico de colesterol elevado, diabete, problemas renais, doença no coração e outras condições requerem exames frequentes.
Triagem, com um perfil lipídico em jejum, é recomendada para crianças que:
Tenham fatores de risco como história familiar de colesterol alto e história de ataques cardíacos antes dos 55 anos para homens e antes dos 65 anos para as mulheres. A triagem deve começar assim que ela atinja a idade de 02 anos e o mais tardar 10 anos de idade.
São obesas ou que tenham diabete. Se os testes da criança resultar em nível de colesterol normal, um novo teste é recomendado em 3 - 5 anos.
Os pacientes já em tratamento para o colesterol elevado devem realizar verificação a cada 2 - 6 meses.
Tratamento
Mudanças no estilo de vida (como: dieta, controle do peso, exercício e parar de fumar) são os primeiro passos para o tratamento do colesterol não-saudável alto. Se os níveis continuarem altos, o tratamento com remédio é o próximo passo efetivo. Entretanto, enquanto as estatinas se mostram boas redutoras da progressão da aterosclerose, elas não mostraram capacidade de reverter a doença cardíaca.
Reduzir os níveis de LDL (colesterol ruim) e de colesterol total, ao mesmo tempo em que se aumenta o nível de HDL (colesterol bom), pode prevenir ataques do coração e a morte em todas as pessoas (com ou sem doença cardíaca). Redução do LDL é o primeiro objetivo da maioria das terapias para controle do colesterol. Medicamentos que baixam o colesterol são utilizados ao mesmo tempo em que se pede que haja uma mudança no estilo de vida, não em substituição desta mudança. Baixar as taxas de colesterol com mudanças no estilo de vida e com medicamentos se mostrou eficiente para diminuir o risco de ataque do coração e outras complicações da aterosclerose.
Uma reconhecida instituição estadunidense para o colesterol definiu metas de tratamento para os níveis de LDL baseando-se em elementos de um paciente de risco para doença cardíaca. Os fatores de risco incluem:
Ter um parente de primeiro grau do sexo feminino com diagnóstico de doença cardíaca antes dos 65 anos ou um parente de primeiro grau do sexo masculino diagnosticados antes dos 55 anos;
Ser do sexo masculino com mais de 45 anos de idade ou do sexo feminino e com idade acima de 55;
Fumar;
Diabete;
Ter pressão arterial elevada;
Ter Síndrome Metabólica (fatores de risco associados à obesidade, tais como níveis baixos de HDL e triglicerídeos elevados).
Ter dois ou mais destes fatores de risco aumenta em 20% a chance de sofrer um ataque do coração em 10 anos.
A taxa de LDL é o mais importante fator para determinar se a pessoa precisa de uma terapia para colesterol ou se o tratamento está sendo eficiente. O guia enfatiza a baixa do colesterol LDL e o tratamento precoce para pessoas com doença na artéria coronária ou outras formas de aterosclerose e diabete.
Apesar das metas correntes para o colesterol serem extremamente úteis para a maioria dos pacientes, às vezes, os resultados dos testes são difíceis de serem interpretados e tornam difícil para os médicos decidirem o tratamento adequado. Isto é especialmente verdadeiro para pacientes com resultados de exames que mostram:
Baixo nível de LDL (o que é positivo), mas também baixo HDL ou alto triglicerídeos (o que é negativo);
Alto nível de colesterol total (o que é perigoso), mas também alto nível de HDL (o que é bom).
Iniciar o uso de medicamentos. Mesmo reduções modestas de níveis altos de colesterol, com remédios ou com mudanças nos hábitos, reduzem o risco de deficiências e de morte por doenças cardíacas. Muitos tratamentos com medicamentos agora focam em baixar o LDL (colesterol ruim). Um médico considerará iniciar tratamento com medicamentos, aumentar doses, ou trocar remédios se o paciente:
Estiver com o colesterol LDL acima de 190mg/dl;
Estiver com o colesterol LDL acima de 160mg/dL E tiver um fator de risco para doença cardíaca;
Estiver com o colesterol LDL acima de 130mg/dL E tiver diabete e dois outros fatores de risco para doença cardíaca;
Estiver com o colesterol LDL acima de 100mg/dL E tiver doença cardíaca. (Se o paciente tiver diabete, mesmo sem doença cardíaca, o médico considerará o uso de medicamentos para um LDL acima de 100mg/dL);
Estiver com o colesterol LDL acima de 70mg/dL E se sofreu um ataque do coração recentemente ou tiver doença do coração com diabete, fumar, não controlar a hipertensão ou tiver a síndrome metabólica (alto triglicerídeos, baixo HDL e obesidade).
A terapia com estatina provou diminuir a incidência de grandes problemas coronários, de necessidade de procedimentos de revascularização coronariana e de incidência de AVC. Estudos também estão avaliando o uso de estatinas na prevenção de doença cardíaca em pacientes que tenha altos níveis de proteína C-reativa, mas que estão saudáveis e têm nível normal de LDL. A proteína C-reativa ajuda a medir a inflamação no corpo, com níveis altos desta proteína há a indicação de mais inflamações. Os pesquisadores analisam se estas inflamações são um risco para doença cardíaca, mesmo em pessoas saudáveis com taxas normais de LDL.
Escolhendo os medicamentos corretos de diminuição de lipídios. Médicos recomendam um tratamento com medicamentos adequado para aumentar ou diminuir um lipídio específico, dependendo do quadro lipídico no sangue do paciente:
Estatinas são agora os medicamentos padrão para as pessoas que precisam reduzir o LDL;
Fibratos e niacina são benéficos para os que precisam baixar triglicerídeos e aumentar HDL.
Considerações para crianças e para adolescentes. Modificações de estilo de vida (dieta, exercício físico) são o primeiro curso de ação para o tratamento de crianças que tenham níveis de colesterol alto ou que estão em risco para eles. Em 2008, da Academia Americana de Pediatria (AAP) recomendou a prescrição de estatinas para crianças de 08 anos ou mais que tenham níveis elevados de LDL acima de 190 mg / dL. A AAP recomenda estatinas também para as crianças com LDL acima de 160 mg / dL, se houver um histórico familiar de doença cardíaca ou de outros fatores de risco.
Para crianças com diabetes, o tratamento com medicamentos ao colesterol é recomendada quando os níveis de LDL estiverem acima de 130 mg / dL. O objetivo é reduzir os níveis de LDL para menos de 160 mg / dL ou até 110 mg / dL para as crianças com fatores de risco fortes. No entanto, a questão da prescrição de estatinas para crianças está sendo debatido na comunidade médica.
Considerações para pessoas com diabete. Neste momento, as estatinas são recomendadas como as melhores drogas para melhorar o colesterol e os níveis de lipídeos em pessoas com diabete. Estudos sugerem que eles podem reduzir o risco de eventos cardíacos adversos em pessoas com diabete, mesmo que os níveis do colesterol estejam normais ou se o diabete não é grave. Os fibratos podem também ser úteis para algumas pessoas com diabete tipo 2. A niacina (ácido nicotínico) tem o melhor efeito sobre o perfil de colesterol de pessoas com diabete, mas também aumenta os níveis de açúcar no sangue e pode ser difícil de tolerar.