Apresentamos um glossário com explicações sobre as situações e sobre os procedimentos do cotidiano da cardiologia:
Angiografia: radiografia de vasos sanguíneos, após a injeção de uma substância de contraste (radiopaca);
Anticoagulantes: medicamentos para evitar a coagulação e a formação de trombo;
Anticorpos: substância (gamaglobolina) formada como resposta a um estímulo imunogênico e capaz de interagir com um antígeno que promoveu a sua síntese ou com outro relacionado ele;
Antígenos: qualquer substância capaz de provocar a formação de anticorpos. Geralmente são proteínas de vírus, bactérias ou corpo estranho ao organismo;
Arritmia: qualquer desvio da normalidade do ritmo das contrações cardíacas. O mesmo que disritmia;
Arteriografia cerebral: exame que consiste na visualização radiológica das artérias cerebrais depois de se introduzir nelas uma substância de contraste;
Azatioprina: agente antiinflamatório e imunomodulador que altera o curso natural das doenças autoimunes. É uma das drogas utilizadas no pós-transplante para prevenir a rejeição;
Batimento cardíaco: pulsação derivada do movimento de contração e de dilatação do coração;
Biópsia do miocárdio: procedimento através do qual retiram-se pequenas porções do miocárdio por meio de uma pinça introduzida por um cateter, para posterior exame das mesma;
Cardiopatia: qualquer doença do coração, congênita ou adquirida;
Cardiopatia congênita: cardiopatia que existe desde o nascimento;
Cateter: Pequeno instrumento tubular, em geral, percutâneo, utilizado para infundir soluções, medir pressões ou desobstruir estruturas;
Cateterismo: ou cateterização. Procedimento médico que cosiste na introdução de um pequeno cateter que vai até o coração com o objetivo de investigação diagnóstica;
Cintilografia: Técnica que permite a visualização, através de uma imagem obtida em um Cintilógrafo, dos órgãos internos, pelo mapeamento da distribuição espacial do isótopos radioativos previamente injetados;
Coágulo: o mesmo que Trombo;
Cumarina: um anticoagulante derivado do cumare;
Desequilíbrio eletrolítrico: Alterações séricas das concentrações de cátions, principalmente sódio e potássio, que exercem ações fundamentais para o bom funcionamento do coração e dos rins;
Desfibrilação: uso de um aparelho ressuscitador que, através de um choque elétrico, permite que o coração saia da fibrilação ou de uma arritmia;
Diástole: ação de relaxamento do coração para receber o sangue. É o contrário da sístole;
Digitoxina: medicação usada para aumentar o poder da contração do miocárdio. Também chamada de digitálico ou digoxina;
Digoxina: o mesmo que digitoxina;
Disritmia: batimentos cardíacos irregulares. O mesmo que arritmia;
Digitálicos: medicamentos que aumentam a força de contração do coração. Têm como princípio ativo a digitalina originalmente, hoje sintetizada, extraída das folhas de uma planta - Digitales purpures. Como também diminuem a frequência dos batimentos do coração, são também prescritos em algumas arritmias;
Diuréticos: medicamentos para facilitar a diurese, normalizando a volemia (volume de sangue circulante no organismo), no caso da insuficiência cardíaca. Um dos efeitos colaterais dos diuréticos é a perda excessiva de potássio;
Doença autoimune: doença em que o sistema imunológico da pessoa ataca os seus próprios tecidos;
ECG: ver eletrocardiograma;
Ecocardiograma: Registro obtido pela técnica da Ecocardiografia. Está é uma técnica de diagnóstico de doenças do coração em que, mediante a análise de imagens digitais, se estuda a posição e movimentação das paredes ou das estruturas internas do coração e dos tecidos vizinhos, através do eco (efeito Doppler), obtido por feixes de ondas ultrassônicas, dirigidos, através da parede do tórax. A ecocardiiografia é uma das grandes contribuições dos físicos para a medicina;
Efeitos colaterais da Prednisona e da Azatioprina: Como são drogas que agem sobre o sistema imunológico, predispõem o organismo a infecções. A Prednisona ("corticoide") tem efeitos metabólicos que são: aumento da glicemia, aumento das gorduras totais do organismo e clinicamenteuma distribuição anômala, causando a síndrome de Cushing, que confere ao indivíduo, entre outros efeitos, a popular cara-de-lua. A Azatioprina tem como mais frequentes efeitos: toxidade medular, náuseas, vômitos e hepatotoxidade grave.
Eletrocardiograma: pode ser abreviado para ECG. Resultado obtido em um exame de eletrocardiografia. Este consiste no estudo do registro das correntes elétricas, obtidas em um Eletrocárdiografo, originadas do músculo cardíaco. Constitui um valioso auxiliar no diagnóstico de numerosas doenças cardíacas. O eletrocardiograma mostra o estado da atividade elétrica do coração. Na análise do eletrocardiograma o médico busca saber informações sobre: a) o estado do ritmo cardíaco; b) se há retardos ou bloqueios na forma como se conduz o estímulo elétrico; c) se ocorre sobrecarga elétrica como resultado da dilatação ou hipertrofia das câmaras que formam o coração; d) se alguma região do miocárdio está inativa; e) as alterações das ondas que podem indicar mau funcionamento do miocárdio por falta de adequado suprimento de sangue;
Extra-sístoles: são batimentos cardíacos extras. Podem ser benignas ou originárias de áreas cardíacas danificadas;
Fibrilação: contrações mais rápidas do que o normal do coração como resultado da ativação totalmente desorganizadas das fibrilas musculares. Pode ter origem nos átrios (fibrilação atrial) ou nos ventrículos (firbrilação ventricular). esta última é bem mais grave e leva á morte em poucos minutos se não for revertida, pois estas contrações geram poucos ou nenhum fluxo de sangue;
Fração de Ejeção: a fração de ejeção é um parâmetro de avaliação da função miocárdica, estimado com base nas imagens do ecocardiograma. Em termos simplificados, seria a relação, em percentagem, entre a quantidade de sangue que entra e sai pelo coração. quanto mais próximo de 100% (esse seria o valor ideal, teórico) melhor;
Gene: parte do material genético de um organismo, situada no cromossomo, e que determina a hereditariedade;
Genérico: diz-se do medicamento denominado pelo seu princípio ativo. Por exemplo, no lugar de aspirina, designa-se pelo princípio ativo, ácido acetil salicílico;
Genético: relacionado aos genes e à hereditariedade;
Glomerulonefrite: Inflamação dos glomérulos (estruturas funcionais dos rins onde o sangue é filtrado e os resíduos eliminados na urina). Pode ser secundária a uma infecção por bactériaschamadas de estreptococos ou resultar de causas imunológicas ainda não totalmente explicadas;
Hemóstase: ou hemostasia. É a ação ou efeito de estancar uma hemorragia;
Heparina: anticoagulante. Medicação que impede a formação de trombos ou êmbolos nos vasos e nas cavidades do coração;
Hereditariedade: Fenômeno de continuidade biológica das características de um organismo, através de sucessivas gerações;
Inibidores da ECA (Enzima Conversora da Angiotensina): são medicamentos vasodilatadores. Atuam inibindo a formação de Angiotensina II, que é um potente vasoconstritor. Como resultado, a vasodilatação diminui a resistência ao fluxo sanguíneo, facilitando o trabalho do coração. Também utilizado para baixar a pressão arterial;
Isquemia: Falta de sangue. O infarto do miocárdio causa uma isquemia no coração. O derrame cerebral pode ser isquêmico quando "entope" uma artéria do cérebro e não chega sangue. Um órgão retirado do doador está sob isquemia;
Linfócitos: variedade de glóbulo brancos ou leucócitos que se originam nos tecidos dos nodos linfáticos;
Miocardite: Inflamação do miocárdio, Pode ser causada por vírus, bactéria, micose, difteria, febre reumática, efeito tóxico de medicamentos, tuberculose, entre outras;
Miocárdio: designação do músculo cardíaco ou camada média, mais espessa, da parede do coração, formada pelo músculo cardíaco;
Mitral: nome da válvula que controla a passagem do sangue entre o átrio esquerdo e o ventrículo direito. Tem duas partes, ou cúpides;
Miocardiopatia dilatada: Miocardiopatia é um termo genérico para designar quaisquer doenças do miocárdio. As miocardiopatias são dividas em três tipos: dilatada, hipertrófica e restritiva. A dilatada é a mais comum. O aumento do volume do miocárdio reduz a força de contração do órgão, principalmente do ventrículo esquerdo, reduzindo a saída de sangue. A miocardiopatia dilatada é caracterizada por aumento do volume ventricular (às vezes biventricular) associado à diminuição da função contrátil, do débito e do índice cardíacos e da fração de ejeção, e ao aumento da pressão diastólica ventricular. o distúrbio funcional essencial da miocardiopatia dilatada é a hipocontratilidade miocárdica geralmente do tipo difuso. Em consequência da dilatação ventricular, ocorrem disfunções nas válvulas atrioventriculares. Tem diversas etiologias: alcoolismo, outras drogas (cocaína, metais pesados, etc.), HIV, infecções virais, bacterianas e por protozoário (doença de Chagas). Parece ter também um componente autoimune e genético. É uma das principais causas de indicação de transplante cardíaco no mundo. Existem estudos demonstrando que a mortalidade é de 50% em cinco anos;
Ortopnéia: dificuldade de respirar a não ser com o tórax ereto. falta de ar que obriga o doente a manter-se em pé ou sentado. Falta de ar quando deitado;
Peritônio: uma membrana serosa ricamente vascularizada, que reveste internamente a cavidade abdominal;
Plaquetas: são células que fazem parte da composição do sangue, responsáveis pela sua coagulação;
Potássio: é um eletrólito, assim como o sódio, essencial para o equilíbrio dos líquidos do corpo, para realizar o estímulo dos nervos e a contração dos músculos. A sua deficiência pode ocorrer por ação de diuréticos;
Prednisona: poderoso anti-inflamatório esteroide (um corticoide) que modula a reação imune, sendo muito usado para controlar doenças autoimunes;
Púrpura: síndrome caracterizada pela erupção espontânea de manchas hemorrágicasque não desaparecem quando comprimidas. Corresponde, anatomicamente, ao extravasamento sanguíneo ao nível dos capilares, indicando alterações da hemóstase;
Sinais vitais: conjunto de informações (frequência cardíaca, pressão arterial, temperatura, etc.) frequentemente mensuradas nos pacientes hospitalizados;
Sistema A B O: existem quatro tipos básicos de sangue em um sistema de classificação conhecido como sistema ABO, desenvolvido, no início do século XX, por um cientista australiano chamado Karl Landsteiner. No sistema de Landsteiner, são identificados os seguintes tipos sanguíneos: O, A, B e AB. Essa é a ordem do mais frequente para o mais raro. O tipo de sangue de um indivíduo é determinado geneticamente pelos "alelos" herdados do pai. Alelos são formas possíveis de um gene, que ocupam determinado lócus no cromossomo. No caso do tipo sanguíneo existem três alelos: A, B e O os quais permitem seis possíveis combinações. Com respeito a doação de órgãos, as pessoas do grupo O são chamadas de doadores universais, enquanto aquelas do grupo AB são receptores universais. No caso de doação de sangue para transfusão (um transplante de tecido), existe também outro critério de compatibilidade com respeito ao fator Rh. para transplante de fígado, rim, coração pulmão, pâncreas, o fator Rh é irrelevante;
Sistema HLA: todo indivíduo tem marcadores genéticos localizados na superfície das células brancas do sangue. Um conjunto particular de marcadores é denominado HLA (HLA deriva de Human Leukocyte Antigen ou Antígenos Leucocitários Humanos). Os imunologistas reconhecem no sistema HLA mais de 100 genes, os quais são responsáveis pela presença de antígenos HLA na superfície da membrana de nossas células. Tipagem de tecidos é o nome dado ao teste que identifica as carcterísticas do sistema HLA. Esta tipagem é fundamental para uma pessoa que recebe o transplante de um certo órgão. Como herdamos nosso conjunto de HLA de nossos pais, é possível identificar qual conjunto de informações são provinientes do pai e qual conjunto é herdado da mãe, se a tipagem for realizada para a família. Os antígenos são herdados em grupos de cada pai e cada grupo antígeno é chamado de Haplotipo. A sobrevivência de um órgão transplantado (enxerto) é significativamente maior entre aqueles com plena compatibilidade de antígenos, ou seja, doador e receptor têm os mesmos antígenos do sistema HLA. A imensa variabilidade do sistema HLA na população faz com que a chance de se encontrar um par doador-receptor com combinação igual seja muito pequena. Além disso, somente no caso de rins são realizados os testes de compatibilidade do sistema HLA, porque para demais órgãos o tempo de isquemia fria é muito curto;
Sístole: ação de contração do coração para impulsionar o sangue o contrário da diástole;
Sódio: é um mineral que, junto com o Potássio, atua no controle dos líquidos do corpo. Os inchaços (edemas) estão relacionados com o sódio em excesso. Os diuréticos agem no rim, eliminando o sódio do corpo;
Sopro cardíaco: vibração percebida na ausculta cardíaca de duração maior que os batimentos cardíacos normais. Pode ser patológica ou não;
Taquicardia: aumento da frequência dos batimentos cardíacos (batidas/minuto). Taquicardia auricular, ventricular, etc;
Tempo de isquemia: tempo decorrido entre a retirada de um órgão do doador e o seu implante no receptor;
Tricúspide: válvula cardíaca localizada entre o átrio direito e o ventrículo direito;
Trombo: patologicamente, é um coágulo sanguíneo. É o nome de um coágulo que se forma no interior dos vasos (artérias ou veias) ou das cavidades do coração. Eventualmente pode ser conduzido pela corrente sanguínea e entupir algum vaso no cérebro, no pulmão ou nos olhos, etc. Pode também ser denominado de êmbolo;
Válvulas: Estruturas existentes dentro do coração. No coração existem quatro válvulas: Tricúspide - entre o átrio e o ventrículo direito, Mitral - entre o átrio e o ventrículo esquerdo, Pulmonar - entre o ventrículo direito e a artéria pulmonar, Aórtica - entre o ventrículo esquerdo e a Aorta. Cada válvula, que orienta o sangue, abre-se pelas suas valvas ou folhas para a direção do sangue e se fecham quando o sangue passou. Esse movimento de abre e fecha é feito a cada batimento, na diástole e na sístole.
Fonte: Livro 'Esperando um coração, doação de órgãos e transplantes no Brasil' de Francisco Neto de Assis.
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