Gota está relacionada com a piora das consequências da insuficiência cardíaca
A Gota aumenta o risco de morte ou hospitalização por insuficiência cardíaca em pacientes em uma observação de um estudo de caso controlado com 150.000 pacientes com insuficiência cardíaca.
A análise também mostrou que pacientes com insuficiência cardíaca e gota que estavam em um tratamento longo com alopurinol tiveram uma significante redução do risco de morte ou de hospitalização pela insuficiência cardíaca, disse o Dr. George Thanassoulis na sessão científica anual da Associação Americana do Coração (American Heart Association - AHA).
Estas descobertas não garantem o uso de alopurinol em pacientes com insuficiência cardíaca sem gota, mas os dados sugerem que se estes pacientes são candidatos para o alopurinol, por causa da coexistência da gota, então o novo resultado é: “aumentam as razões para o tratamento deles” disse o Dr. Thanassoulis, um cardiologista da Universidade de Boston e do Framingham Heart Study.
Segundo o médico, há a hipótese que o alopurinol externa os seus benefícios para as consequências da insuficiência cardíaca não por reduzir os níveis de ácido úrico no sangue, mas por inibir o estresse oxidante e a disfunção endotelial que o estresse oxidante produz. Dr. Thanassoulis sugere que o alopurinol inibe a oxidase xantina, a mesma ação que modera a produção de ácido úrico.
O estudo usou informações coletadas sobre a saúde de residentes da província de Quebec, que tinham mais de 65 anos. Foram casos de 14.327 pessoas hospitalizadas por insuficiência cardíaca, mas sem qualquer outra hospitalização por insuficiência cardíaca durante os três anos anteriores à coleta dos dados, uma restrição que ajudou assegurar um nível uniforme para a severidade da insuficiência cardíaca entre os pacientes. Foram escolhidas, para a população de controle, 143.255 pessoas na base de dados de Quebec.
A idade média foi de 79 anos entre as pessoas do caso e 77 anos entre as de controle. Ambos, os casos e o controle, foram divididos exatamente entre homens e mulheres. A identificação da gota foi confiada à hospitalização, à visita de um médico ou ao código de diagnóstico em um relatório médico.
Durante os estudos de dois anos, o nível de morte ou de nova hospitalização por insuficiência cardíaca foi de 63%, mais alta em pacientes com gota àqueles sem gota, uma significante diferença estatística em uma análise que controlou muitas variáveis demográficas e clínicas incluindo idade, gênero, comorbidades e medicação.
O risco de morte ou de hospitalização por insuficiência cardíaca foi maior em pacientes que tinham gota aguda, com um duplo risco em uma análise ajustada. Os pesquisadores definiram gota aguda como hospitalização ou como uma visita médica para a gota dentro dos 60 dias após o registro do evento da insuficiência cardíaca.
Em outro caso de análise observou o impacto do tratamento com alopurinol. Entre pacientes com registro de insuficiência cardíaca que também tinham tratamento de gota com alopurinol, houve uma significativa redução de 31% no subsequente nível de morte ou de hospitalização por insuficiência cardíaca na análise ajustada. Este benefício foi limitado aos pacientes com tratamento crônico com alopurinol por mais de 30 dias. Pacientes com 30 dias ou menos não mostraram significante redução da mortalidade ou nova hospitalização por insuficiência cardíaca.
A análise do alopurinol também mostrou não haver ligação entre a droga e os resultados para toda a população de insuficiência cardíaca estudada, sugerindo que o benefício do alopurinol não é geral para todos os pacientes de insuficiência cardíaca, apenas para aqueles com gota.
O próximo passo é avaliar a relação entre insuficiência cardíaca, gota e o tratamento com alopurinol em um estudo de caso controlado, disse o Dr. Thanassoulis, completando que ele e os seus associados não tinham interesses financeiros conflitantes.
Por Mitchel L. Zoler
Tradução de: MD Consultant: News: Gout linked to worse heart failure outcomes
volta