Transplantes no Rio de Janeiro

Transplantes no Rio de Janeiro

Aumentar o número de transplantes no Rio de Janeiro e no Brasil, consequentemente. Esse é o objetivo da ONG Rio Coração, criada para fomentar pesquisas e capacitar profissionais para a realização de transplantes. Por se tratar de uma cirurgia de alta complexidade, alguns fatores são indispensáveis: equipe médica especializada e treinada, centros cirúrgicos equipados e autorizados a realizar transplantes e logística eficiente de transporte do órgão do doador ao receptor.
 
De acordo com o cardiologista Flávio Cure, professor da UERJ e fundador da ONG, o Brasil precisa avançar em relação aos outros países. “Nos Estados Unidos são feitos, em média, 2.300 transplantes de coração por ano. No Brasil, a média é de 150 transplantes anuais”, avalia. Ele reconhece que o transplante de coração é um dos tipos mais difíceis. Comparando com o transplante de córnea – o mais realizado no Brasil e no mundo, o coração precisa ser retirado antes de uma parada cardíaca e deve ser transplantado em até 6h. Já a córnea pode ser retirada até 6h após a morte e dura até sete dias em conservante.
 
No país, o estado que mais realiza transplantes de coração é São Paulo, seguido por Paraná, Ceará e Minas Gerais. O Rio de Janeiro ocupa o 7º lugar no ranking. Ano passado, existiam 381 pessoas na fila de transplante, sendo que 205 foram realizados. “Os pacientes que estão na fila por um coração têm de obter este órgão no menor tempo possível, pois já estão em estado grave. Muitos acabam falecendo na fila de espera”, explica Flávio Cure. As dificuldades encontradas são: falta de doadores, dificuldade logística do órgão ir do doador ao paciente, baixo número de equipes e centros cirúrgicos autorizados a realizar transplantes.
 
Entendendo mais sobre transplante:
 
Em três décadas, desde a realização do primeiro transplante cardíaco em 1967, esse procedimento passou da fase experimental e se tornou um tratamento cardíaco avançado. Hoje em dia, ainda existem duas barreiras no incremento e no sucesso dos transplantes: a rejeição e o número de doadores. “Com a introdução da ciclosporina, uma droga que ajuda a suprimir a rejeição, houve um aumento significativo na sobrevivência dos pacientes transplantados”, explica o cardiologista. Campanhas de conscientização também estão sendo feitas para aumentar o número de doadores.
 
Os doadores são indivíduos que tiveram morte cerebral e são mantidos vivos através de equipamentos. Em geral, vítimas de acidente de carro, derrame cerebral, suicídio ou trauma cerebral. A maioria tem menos de 45 anos. Os receptores são indivídiduos com cardiopatias graves, que estão com o coração falhando em suas funções e não respondem às outras formas de tratamentos. Em geral, têm menos de 60 anos.
 
Para melhorar o transplante, estão sendo feitas algumas ações: mudanças na legislação de atendimento médico para a cobertura dos custos elevados dos transplantes; criação de uma estrutura de atendimento mais eficiente e campanhas de conscientização comunitária para aumentar o número de doadores; pesquisas para encontrar métodos de monitorização da rejeição dispensando as biópsias necessárias; e a busca de drogas imunossupressoras com menos efeitos colaterais.
 
Transplantes de Coração realizados no Brasil, dados do Ministério da Saúde:
2005 – 181 / 2006 – 155 / 2007 – 159 / 2008 – 205
 
Número absoluto de transplantes cardíacos por estado em 2008, dados do Ministério da Saúde:
SP 72 PR 34 CE 31 MG 26 RS 13 PE 6
RJ 5 ES 4 AL 2 BA 2 DF 2 SC 2 RN 1

 

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