Em 3 de dezembro de 1967, o cirurgião sul africano Christiaan Barnard fazia o primeiro transplante de coração humano, no hospital Grote-Schuur, na Cidade do Cabo, na África do Sul. O paciente Louis Washkansky, de 53 anos, só sobreviveu 18 dias, morrendo de infecção pulmonar.
Um mês depois, Barnard fez o segundo transplante de coração e, desta vez, com grande sucesso: o dentista Philip Blaiberg viveu um ano e sete meses com o coração novo.
E a partir daí, as cirurgias se propagaram pelo mundo. Nos EUA, por exemplo, o centro de transplantes Palo Alto e Stanford tentava há anos transplantar corações, mas durante muito tempo o grande problema foi a rejeição.
“Graças ao efeito de medicamentos desenvolvidos especialmente com essa meta, hoje temos uma sobrevida do transplante de um ano, em 80% dos casos, e de 5 anos, em 60%”, disse o cardiologista e fundador da ONG Rio Coração Flávio Cure, lembrando que com a introdução da ciclosporina, uma droga que ajuda a suprimir a rejeição, houve um aumento significativo na sobrevivência dos pacientes transplantados.
ONG RIO CORAÇÂO
A Ong, fundada em 2007 pelo cardiologista Flávio Cure, tem como objetivo transformar o Rio de Janeiro em uma referência na área dos transplantes e corações artificiais, através da fomentação de pesquisas e estudos na área, realização de palestras informativas e pelo treinamento e capacitação de técnicos, enfermeiros e médicos para a prática do transplante de coração.
“Tive um tio com uma cardiopatia grave em 2007 e quando já não havia mais alternativas, conseguimos um transplante de coração para ele. Hoje ele é outra pessoa, com certeza nasceu de novo. Quis levar essa felicidade adiante e fundei a ONG, que hoje realiza um trabalho importante na área. Em termos de melhora, o transplante traz uma resposta imediata”, disse Flávio.
O principal obstáculo ainda é a falta de informação. “Incentivamos as pesquisas sobre transplantes de coração através da manutenção de bolsas de estudo e capacitamos muitos enfermeiros, e médicos, a fim de ensinar as melhores técnicas para manter os órgãos viáveis, fora o trabalho informativo para aumentar o número de doadores”, afirmou.
O coração precisa ser retirado antes de uma parada cardíaca e deve ser transplantado em até 6h, já a córnea pode ser retirada até 6h após a morte e dura até sete dias em conservante. Por isso a capacitação se torna fundamental, já que há pouquíssimo tempo para realizar a cirurgia.
Para mais informações sobre a ONG Rio Coração, basta acessar o site www.riocoracao.org.br.
MUSEU DO CORAÇÃO
O hospital Groote-Schuur, na Cidade do Cabo, fundou em 2007 o Museu do Coração, recriando através de bonecos o primeiro transplante deste órgão no mundo. Não há registro de fotos e vídeos da cirurgia liderada pelo doutor Chris Barnards, mas as estátuas simulam exatamente as cenas do dia 3 de dezembro de 1967.
A primeira simulação é do coração sendo retirado do corpo da paciente Denise Darvall, que havia morrido momentos antes. Depois, a mesa de cirurgia de Louis Washkansky. E, por fim, um novo cenário, com o receptor pouco depois, mostrando que o coração pulsava forte em seu corpo. As visitas ao Museu estão abertas diariamente.
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