Dieta mediterrânea pode entrar na lista de patrimônio da ONU

 

 

 

Para figurar na lista de patrimônios culturais intangíveis da UNESCO, a mistura de frutas e legumes frescos com peixe grelhado e azeite de oliva tem de passar por uma votação final, em novembro.

 

 

Tom Kington/The Guardian Londres

As listas de patrimônios da humanidade da UNESCO, que celebram locais que variam do lugar de nascimento de Buda à Torre de Londres, estão prestes a ser revigoradas por uma nova e incomum entrada culinária: a dieta mediterrânea.

 A ruínas de castelos e templos gregos, entre outros patrimônios mundiais merecedores de proteção, a Organização das Nações Unidas está decidida a acrescentar uma salada de tomate e mozarela temperada com azeite de oliva virgem.

 A dieta mediterrânea, com suas frutas e legumes frescos, peixe grelhado e muito azeite de oliva, muito apreciada na Itália, na Grécia e na Espanha, depende de votação final, em novembro, para figurar na lista menos conhecida de patrimônios culturais imateriais da UNESCO, que cobre tradições orais, artes performáticas, práticas sociais, rituais e festivais.

 Um prato de massa regado com uma taça de vinho poderá se juntar à lista de 178 experiências culturais que inclui o tango, o canto polifônico dos pigmeus aka da África Central e as rendas artesanais da Croácia. "Esse é um grande sucesso para nosso país, nossas tradições alimentares e nossa cultura", disse o ministro da Agricultura italiano, Giancarlo Galan.

 Rolando Manfredini, funcionário de segurança dos alimentos da organização lobista de fazendeiros italianos Coldiretti, afirmou: "É um pouco estranho colocar uma dieta na lista e a primeira vez que eles fazem isso, mas fez todo sentido. Não se trata apenas de cultura; ela também nos permite viver mais e melhor." Segundo organização, em razão da dieta mediterrânea, os homens italianos estavam vivendo 78,6 anos em média, e as mulheres, 84,1, acima da média européia. Ainda segundo a Coldiretti, todos que aderem à dieta têm 13% menos probabilidade de sofrer as doenças de Parkinson e de Alzheimer e 9% menos de ter câncer.

 

Vantagens. Glenys Jones, da unidade de pesquisas em nutrição humana do Conselho de Pesquisa Médica da Grã-Bretanha, disse que quatro vantagens particulares deram à dieta seu bom nome: "Frutas frescas são uma maneira excelente de se obter minerais e vitaminas. O azeite de oliva é uma gordura monoinsaturada e um bom substituto para gorduras saturadas na culinária. A dieta é pobre em carnes vermelhas, mas usa peixes gordurosos que são uma fonte do ácido graxo essencial ômega-3. E o conteúdo de fibras também é bom; a pessoa se sente mais saciada e, com isso, mais capaz de controlar o apetite.” / Tradução de Celso M. Paciornik

 

 



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