Reparação de fibrilação atrial durante cirurgia na válvula cardíaca está ligada ao aumento da sobrevida do paciente

A presença de fibrilação atrial (FA) tende a diminuir o tempo de sobrevida após uma cirurgia de válvula cardíaca, algumas pesquisas têm mostrado que o tratamento médico da FA não melhorar a sobrevivência.

Mas uma nova análise retrospectiva realizada pelo Dr. Richard Lee, da Universidade Northwestern, de Illinois, EUA, sugere que a FA, quando é tratada com um procedimento específico, durante o reparo da válvula, oferece uma possibilidade de sobrevida igual aos dos pacientes que não tiveram fibrilação atrial.

"Nós acreditamos que o efeito, se reprodutível, pode ser devido à maior taxa de restauração do átrio pelo tratamento cirúrgico em oposição ao tratamento médico," disse o Dr. Lee na reunião anual da Associação de Cirurgia Torácica dos EUA. "O tratamento concomitante da FA deve ser fortemente considerada em todos os pacientes com histórico de FA submetidos à cirurgia cardíaca".

O estudo envolveu 3.337 pacientes submetidos à cirurgia de válvula cardíaca em uma única instituição entre abril de 2004 e abril de 2009. Destes, 17% realizaram o procedimento para corrigir a FA, ao mesmo tempo do reparo da válvula.

Dr. Lee e os outros pesquisadores acompanharam os pacientes por até 06 anos. Como esperado, as análises iniciais confirmaram que a sobrevivência após o reparo da válvula foi menor nos pacientes com FA do que para aqueles sem.

Pacientes com FA, em média, eram significativamente mais velhos, maior probabilidade de serem do sexo feminino, e mais propensos a ter insuficiência cardíaca ou hipertensão pulmonar grave, em comparação com os sem fibrilação atrial.

Em seguida o Dr. Lee comparou dois grupos de pacientes com fibrilação atrial (os que realizaram a cirurgia de correção da FA e os que não realizaram). O grupo dos que se submeteram ao procedimento cirúrgico, no momento da cirurgia da válvula, tiveram sobrevida significativamente maior do que aqueles que não se submeteram ao procedimento.

No entanto, os dois grupos diferiram significativamente em várias características. Por exemplo, os pacientes que se submeteram ao procedimento eram em maioria mulheres, e menos propensos a ter diabete ou insuficiência cardíaca do que aqueles que não passaram pelo procedimento.

O Dr. Lee realizou ainda uma análise comparativa de 378 pacientes com fibrilação atrial que se submeteram ao procedimento cirúrgico corretivo com 378 pacientes que não tinham FA. Não houve diferenças demográficas significativas entre os dois grupos. A taxa de sobrevida em 5 anos de acompanhamento para pacientes com FA que se submeteram a cirurgia foi de 89%, em comparação com 85% entre os pacientes sem FA.

O Dr. Lee indica que seja realizado o reparo cirúrgico da FA, especialmente aqueles que acrescentam de 20 a 10 minutos em uma cirurgia de reparação da válvula, pelos benefícios que o procedimento pode trazer para o tempo de sobrevida do paciente.

Tradução revisada de: MD Consult: News: AF repair during surgery tied to increased survival

 



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