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Edema
O edema é um acúmulo anormal de líquidos no espaço intersticial (espaço localizado entre os vasos e as células dos tecidos). Os principais mecanismos causadores do edema são o aumento da pressão dentro dos vasos (pressão hidrostática) e a diminuição da concentração de proteínas no sangue (pressão oncótica). Ambos facilitam a passagem de líquidos dos vasos para o espaço intersticial. Causas
- Insuficiência cardíaca; - Erisipela; - Insuficiência venosa crônica, trombose venosa profunda aguda; - Doenças renais; - Hipoproteinemia (baixa concentração de proteínas no sangue. Exemplos: desnutrição e perda de proteínas pelos rins, como na síndrome nefrótica); - Cirrose hepática; - Hipotireoidismo; - Medicamentos; - Alergia; - Edema cíclico idiopático (mulheres). Características clínicas nos diversos quadros de edema
- A insuficiência cardíaca, a doença renal, a doença hepática e a hipoproteinemia (diminuição dos níveis de proteínas no sangue), podem causar edema e para maior dificuldade no diagnóstico, podem inclusive coexistir dentro do mesmo quadro clínico (exemplo: caquexia cardíaca é uma insuficiência cardíaca grave e terminal, associada à desnutrição com queda de proteínas no sangue); Antes de ser notado, o edema é precedido por um ganho de peso de 03 até 05Kg. Por isso, é fundamental que os pacientes com insuficiência cardíaca se pesem diariamente pela manhã, visando monitorar a retenção de líquidos. O edema cardíaco costuma iniciar nos tornozelos e no final da tarde (edema maleolar vespertino). Com a evolução do quadro, tornar-se ascendente em direção às pernas, coxas e região genital. Em pacientes acamados, pode ser mais pronunciado na região sacral. Costuma ser bilateral. Pode ainda ocorrer a ascite (acúmulo de líquido na cavidade abdominal); Antecedentes de doença cardíaca e a presença de dispnéia costumam estar presentes. O edema de origem cardíaca é normalmente simétrico - afeta as duas pernas- e progride desde os tornozelos até as pernas e coxas, podendo atingir a região genital e a parede do abdome. A dispnéia geralmente precede o edema e a ascite (acúmulo de líquido na cavidade abdominal); - A erisipela é uma infecção bacteriana do tecido das pernas que fica imediatamente abaixo da pele (tecido subcutâneo). O edema da erisipela costuma ser unilateral, sendo acompanhado por calor, vermelhidão local, febre e outros sintomas de uma infecção, como mal estar e dores no corpo; - A insuficiência venosa costuma causar edema mais intenso em uma perna, acumulando o líquido ao longo do dia, e melhorando com a elevação das pernas. É comum a presença de varizes visíveis nas pernas e outros sinais de insuficiência venosa, com úlceras varicosas e o escurecimento da pele das pernas (dermatite ocre). A trombose venosa profunda aguda costuma acometer mais uma perna (edema unilateral) e ser acompanhada por calor e vermelhidão local. Pode haver um endurecimento das panturrilhas. Geralmente há um fator de predisposição para a trombose venosa, como trauma, imobilização prolongada (exemplo: pós-operatório de cirurgia ortopédica), insuficiência cardíaca, obesidade, uso de anticoncepcional, câncer, entre outras. É uma situação potencialmente grave, pois poderá complicar-se com uma embolia pulmonar. O linfedema costuma causar edema, muitas vezes bilateral, cuja característica principal é ser endurecido, tendo pouca ou nenhuma melhora com a elevação dos membros inferiores. Antecedentes de erisipela de repetição podem ser relatados; - O edema pode ser generalizado (anasarca), podendo ocorrer desta forma na síndrome nefrótica (perda de proteínas através dos rins), cirrose hepática e insuficiência cardíaca severa. No edema hepático a ascite precede o edema de membro inferior (ao contrário do quadro de insuficiência cardíaca) e geralmente não há dispneia (falta de ar), a não ser que haja restrição respiratória pela ascite volumosa. O edema renal pode acometer a face, sendo acompanhado de disfunção renal e suas alterações laboratoriais (aumento dos níveis de uréia e creatinina), além dos sintomas de uremia (fraqueza, náuseas, emagrecimento, prurido e anemia). A principal causa de insuficiência renal no Brasil é a associação de hipertensão arterial e diabete. O edema que acomete a face e envolta dos olhos, sugere síndrome nefrótica, gromerulonefrites, hipoproteinemia (falta de proteínas no sangue por perda urinária, desnutrição ou menor produção de proteínas pelo fígado, como na cirrose hepática). O edema angioneurótico (alérgico) e o mixedema (hipotireoidismo severo), também podem edemaciar a face; - Diversos medicamentos cardiovasculares podem causar edema (geralmente no tornozelo e nas pernas) entre eles estão os di-hidroperidínicos (anlodipino, felodipino, nifedipino), além de outros bloqueadores dos canais de cálcio (diltiazem e verapamil) e a hidralazina (vasodilatador arterial direto); - O edema cíclico idiopático nas mulheres apresenta uma influência hormonal (ciclo menstrual). Não há outras causas que possam justificar esse edema, que afeta mais os tornozelos, pernas e mãos. Investigação do edema
A base para o diagnóstico correto da causa do edema é o exame clínico (história clínica e exame médico). Vários exames complementares podem ser solicitados para a investigação, como: exames de sangue (exemplo: dosagem de proteínas no sangue, dosagem de uréia e creatinina para avaliar a função renal, dosagem de sódio, provas de função hepática e da tireoide, etc.), eletrocardiograma, ecocardiograma (útil para o diagnóstico de insuficiência cardíaca), ecografia do abdome (confirma o diagnóstico de ascite e avalia o estado do fígado e dos rins), ecodoppler do sistema venoso dos membros inferiores (é útil para o diagnóstico de insuficiência venosa, trombose venosa profunda aguda) e outros.
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