Crescem as evidências que cirurgia pode curar diabete tipo 2

Médicos e cientistas do Centro Médico Presbiteriano de Nova Iorque foram pioneiros em cirurgia metabólica para o tratamento da diabete tipo 2 - uma abordagem que não só pode mudar a forma como a doença é tratada, mas que inicia uma revolucionária forma de pensar a diabete como uma doença intestinal operável.


Diabete tipo 2, associada à obesidade grave, é uma epidemia crescente que é responsável por 90-95% dos casos de diabete e afeta atualmente mais de 200 milhões de pessoas no mundo inteiro. É uma das principais causas de morte e a primeira causa de cegueira, insuficiência renal e amputação. Até recentemente, era considerada uma doença severa e progressiva. Em pacientes com obesidade grave, a cirurgia de perda de peso metabólica melhorou consideravelmente a diabete, muitas vezes resultando na normalização dos níveis de açúcar no sangue e sem necessidade de medicamentos para diabete. O que é surpreendente é que a resolução da diabete ocorre quase que imediatamente após a cirurgia - o que sugere que a diminuição da ingestão calórica e perda de peso por si só não explicam totalmente porque a cirurgia melhora a diabete.
 
Dr. Francesco Rubino, chefe da Cirurgia Gastrointestinal Metabólica do Centro Médico Prebisteriano de Nova Iorque, demonstrou que a cirurgia de bypass gástrico pode melhorar a diabete através de mecanismos antidiabéticos diretos que são, pelo menos em parte, independentes da perda de peso. Com base nos resultados da pesquisa, Dr. Rubino propôs uma teoria científica original, que sugerem que um mau funcionamento do trato gastrointestinal podem contribuir para o desenvolvimento da diabete tipo 2.

Na verdade, a investigação confirmou que 83% dos pacientes experimentam uma remissão completa da diabete tipo 2 após cirurgia de bypass gástrico. Cirurgiões metabólicos, endocrinologistas e cientistas estão agora trabalhando para entender as razões por trás desse benefício sem explicação.
 
Judith Korner, MD, Ph.D., diretora do Centro de Controle de Peso do Centro Médico Prebisteriano de Nova Iorque, explica: "A entrega dos nutrientes ao intestino pode ajudar a estimular os hormônios que regulam as células produtoras de insulina no pâncreas e a glicose no sangue. Não temos certeza se a resolução da diabete é causada por evitar o intestino delgado ou por entregar rapidamente os nutrientes ao intestino grosso, ou ambos."

Dr. Rubino acrescenta: "Tornou-se cada vez mais evidente que o trato gastrointestinal, e o intestino delgado, em particular, desempenham um papel importante na regulação dos níveis de açúcar no sangue, no metabolismo da gordura e no controle do apetite e no peso corporal. Quando nós evitamos o intestino delgado - principalmente duodeno e jejuno - estamos evitando o que pode ser a origem do problema." Esta hipótese representa um novo paradigma, o que caracteriza o diabetes tipo 2 como uma doença intestinal, potencialmente curável através de tratamento cirúrgico.
 
Também há evidências crescentes de que a cirurgia de bypass gástrico pode ser eficaz até mesmo para os pacientes que são apenas ligeiramente obesos ou com apenas sobrepeso, sugerindo que o atual Índice de Massa Corporal (IMC) de corte utilizado para determinar quem é o candidato ideal para o tratamento cirúrgico da diabete não é mais adequado. Dois estudos estão em andamento em Centro Médico Presbiteriano de Nova Iorque para analisar o tratamento cirúrgico da diabete tipo 2 em pessoas que estão apenas moderadamente obesas e comparar os resultados cirúrgicos com os indivíduos tratados com terapia intensiva de estilo de vida e tratamento médico. Os resultados destes estudos podem ampliar os atuais critérios do IMC, usados para determinar a elegibilidade para a cirurgia para tratar a diabete.

"Ao responder a pergunta de como funciona a cirurgia da diabete," diz o Dr. Rubino, "podemos estar respondendo a pergunta de como a diabete funciona".
 
Tradução revisada de: Is Type 2 Diabetes an Operable Intestinal Disease?, em htp://nyp.org/


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